Assistência à comunidade

Nós médicos somos educados para valorizar e defender a vida. Sempre nos ensinaram que a morte é a nossa principal inimiga, contra a qual devemos envidar todos os nossos esforços. Este raciocínio reducionista, porém real; equivocado, porém difundido, é fonte de incontáveis prejuízos para as pessoas. A morte não é a falência da Medicina ou dos médicos. Ela é apenas uma parte do ciclo da vida. É a vida que se completa.
Neste cenário, uma das principais vítimas é a própria documentação da morte, a declaração de óbito. Este documento, cuja importância somente é igualada pela certidão de nascimento, não é apenas algo que atesta o fechamento das cortinas da existência; ele possui um significado muito maior e mais amplo. Ele é um instrumento de vida.
A declaração de óbito é uma voz que transcende a finitude do ser e permite que a vida retratada em seus últimos instantes possa continuar a serviço da vida.
Histórico
No ano de 1953, o primeiro ano de funcionamento do Departaemnto de Patologia da FMRP, foi criado um Serviço de Autópsias e um Laboratório de Histopatologia, mesmo em condições precárias, par obter material didático para o curso de Medicina.
A Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto contribuiu, decisivamente, nos primeiros tempos da Faculdade, pois era o único hospital local em condições de permitir um começo das atividades práticas ambulatorias e de enfermaria dos Departamentos Clínicos. O Departamento de Patologia utilizou o Velório do hospital e uma sala com duas mesas de autópsias.
Inicialmente, a realização das necropsias encontrou sérias dificuldades, devidas à resistência de familiares dos falecidos, de enfermeiras e até mesmo de médicos, não habituados com o exame “post mortem”. O Serviço de patologia Cirurgica foi mais facilmente aceito.